quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A verdade sobre as negociações para início de ano

Após o anúncio dos primeiros nomes contratados pelo Vasco para a temporada 2011, muitos torcedores e jornalistas tem comentado a falta de fama e renome dos recém chegados. O desejo é de que o Clube trouxesse jogadores 'para resolver', 'para pegar a camisa de titular' e isso não vem acontecendo. Porém, antes de pensarmos só no Vasco, precisamos pensar no mercado como um todo, as opções e a viabilidade financeira.
Todo início de ano, os times se dividem em 3 blocos: aqueles que vão à Libertadores e buscam os maiores investimentos, os grandes que vão jogar a Copa do Brasil e os médios e pequenos. Cada ano essa divisão se torna mais clara.
Os times que vão à Libertadores acabam recebendo maior atenção de empresários e jogadores. Com maiores receitas e perspectivas, buscam as opções no mercado de fora e aqueles que se destacaram por outros times do Brasil no ano anterior. Para 2011, essa honra cabe a Internacional, Fluminense, Corinthians, Cruzeiro, Santos e Grêmio.
Já no segundo escalão, estão os times grandes que vão jogar a Copa do Brasil. Estes, dentro do seu orçamento, tentam manter o elenco anterior e reforçar com jogadores de destaque nos pequenos e médios. Grande reforço só em caso de uma chance extraordinária, tendo ainda a enorme possibilidade de um do primeiro escalão 'furar o olho' no negócio.
Pense em um grande nome para o Vasco e verás que de algum modo ele é inviável. E assim será com Botafogo, flamerda, Atlético-MG, São Paulo ou Palmeiras. Se pensarmos no Flu campeão brasileiro, veremos que no início do ano, apenas Leandro Euzébio e Júlio César chegaram, vindos do Goiás.
Aos times médios e pequenos, cabem os refugos e as promessas dos times grandes. O Vasco por exemplo emprestou Tiago, Bruno Paulo e Magno para o Bahia, como fez com Enrico ao Coritiba neste ano.
Além da questão de diferença de nível neste início de ano, pesa a questão financeira. As receitas são menores e muitas vezes a folha salarial já está inflacionada. No Vasco, Felipe, Carlos Alberto e Zé Roberto recebem juntos quase R$ 1 milhão por mês. Foi o esforço que fizemos no meio da temporada e que certamente faremos novamente em julho-agosto.
Não há como aumentar essa folha agora e grande nome para o Vasco, somente se houver a saída de alguém que receba muito. Vale lembrar que Fernando Prass, Fágner e Dedé se destacaram, tiveram seus contratos renovados com aumento, o que também onera o Clube.
Sonhamos com Borges, mas ele ganha cerca de R$ 300 mil no Grêmio. Trazê-lo agora iria explodir o caixa vascaíno. No meio do ano, com a necessidade maior que o Brasileirão exige, todos os Clubes aumentam sua folha e conosco não será diferente.
Obviamente sonho com Nilmar, Alex, etc, mas penso que hoje, para esse início de ano, nosso maior reforço é a manutenção da base. E se de alguma forma, os profissionais do Clube puderem redobrar o trabalho para que todos os titulares se mantenham sem lesões, nossas chances de sucesso aumentam consideravelmente.
Estadual e Copa do Brasil são decididos em mata mata, por isso precisamos de todos à disposição de PC nos momentos decisivos. E aí, nosso elenco não deixa nada a desejar a nenhum dos rivais nessas competições. Talvez o Flu no Carioca, mas dependerá de como o Tricolor vai levar a sério o torneio.
Em texto próximo, pretendo analisar as ações do Vasco no mercado, mas esse serve de introdução para toda minha visão do mercado da bola.

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