segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva: Vasco tem ano de esperanças que viraram frustrações

Relembre a trajetória vascaína em 2010, ano para volta para a elite

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
pc gusmao vasco treino
Técnico PC Gusmão no treinamento do Vasco
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
O ano de 2010 marcou a volta do Vasco para elite do futebol brasileiro. Durante esta temporada, a equipe chegou a despertar a esperança da torcida algumas vezes, como na Taça Guanabara e na reação dentro do Brasileiro, após a parada da Copa do Mundo. Mas, no fim, o sentimento que ficou em todas as ocasiões é de que poderia ter sido melhor.
O time da Colina ficou mais um ano sem conquistar títulos. Agora, em 2011, a pressão em cima de Carlos Alberto, Felipe, Eder Luis, Zé Roberto, Dedé & Cia será ainda maior.
Números da temporada 2010
O Vasco fez 69 jogos em 2010 (incluindo dois amistosos). O aproveitamento da equipe foi de 53,62%. Foram 30 vitórias, 21 empates e 18 derrotas - 97 gols a favor e 75 sofridos. O goleiro Fernando Prass foi quem mais jogou, esteve em 67 partidas. O jogador de linha que mais esteve em campo foi Rafael Carioca (55 jogos), seguido de Dedé (41).
O ano do Vasco: Campeonato Carioca
Ainda sob a motivação do título da Série B de 2009, o Vasco iniciou o Carioca muito bem, e se classificou em primeiro lugar para a semifinal. O ponto alto da fase inicial foi o 6 a 0 sobre o Botafogo, no Engenhão, com show de Dodô. Na semi, o time da Colina bateu o Fluminense na disputa de pênaltis e foi para final. Na decisão, no entanto, o Bota, o mesmo que havia sido goleado, fez 2 a 0 e ficou com o título.
dodo e celso roth, treino do vasco
Dodô e Celso Roth não deixaram saudade no
Vasco (Foto: Marcelo Sadio/Site Oficial)
Na Taça Rio, o Vasco já não mostrou a mesma força do início da Taça GB. O time perdeu para Olaria e Americano. A derrota para a equipe de Campos decretou a demissão do técnico Vagner Mancini. Gaúcho passou a ser o treinador. O Gigante da Colina se classificou em segundo, e enfrentaria desta vez o Flamengo. Os cruzmaltinos foram derrotados por 2 a 1. Era o fim do Carioca. Mais um ano na fila, já que o último título estadual do Vasco foi em 2003.

O atacante Dodô foi um dos personagens centrais da equipe. Depois de um início promissor, o jogador caiu de rendimento e chegou a ser barrado algumas vezes. O pior momento foi quando perdeu dois pênaltis contra o Flamengo, que venceu a partida. Em junho, ele acabou sendo dispensado. O atleta fez 28 jogos e marcou 11 gols com a camisa vascaína.
Copa do Brasil - eliminação nas quartas de final
Apesar dos adversários mais fracos e pouco tradicionais no início da competição, o Vasco não teve muita facilidade para avançar nas primeiras fases. O primeiro foi contra o Sousa-PB, e uma vitória por 2 a 1, na Paraíba, no eliminou o jogo de volta. Pouco motivado, o time só empatou em 0 a 0 em São Januário.
O adversário seguinte foi o ASA. Em Alagoas, houve um empate em 0 a 0, e na Colina, o Vasco fez 3 a 1. Nas oitavas, o time cruzmaltino mediu força com o Corinthians-PR e venceu duas: 1 a 0, no Paraná, e 2 a 1, em São Januário.
No primeiro rival de Primeira Divisão, o Vitória, o Vasco ficou pelo caminho. Apesar de ter vencido o jogo na Colina por 3 a 1, os cruzmaltinos foram eliminados pelo critério de gols fora de casa, já que os baianos haviam feito 2 a 0 no Barradão.
Campeonato Brasileiro - esperança dá lugar a frustração
felipe no treino do vasco na praia
Felipe voltou e ajudou na reação no Brasileiro
(Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)
Nas duas primeiras rodadas, o time ainda era treinado por Gaúcho, que deu lugar a Celso Roth por causa do desempenho abaixo do desejado da equipe. Até a parada para a Copa do Mundo, o desempenho do Vasco no Brasileiro foi sofrível: ficou em penúltimo lugar com apenas cinco pontos em sete rodadas. Para piorar, Roth recebeu uma proposta do Internacional e, para surpresa de todos na Colina, foi para o Beira Rio.
Na volta após o Mundial da África do Sul, já com Paulo César Gusmão no cargo de técnico, o Vasco melhorou seu desempenho e os torcedores passaram a sonha com Libertadores. A qualidade técnica da equipe melhorou muito com as chegadas de Eder Luis, Felipe e Zé Roberto (além da permanência de Carlos Alberto).
Uma das principais dificuldades do time durante a competição foi não conseguir contar com todos os seus principais jogadores ao mesmo tempo, principalmente por causa de lesões. Alguns empates em casa quando a equipe estava em vantagem e permitiu a reação ainda martelam na cabeça dos vascaínos.
O Vasco terminou o Brasileiro em 11º lugar e conquistou uma vaga para a disputa da Sul-Americana de 2011.
Os problemas que mais atormentaram em 2010
Carlos Alberto no treino do Vasco
Carlos Alberto não teve moleza das lesões
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
A dificuldade financeira do clube gerou muitos problemas que tiveram que ser contornados pela diretoria e pela comissão técnica, já que o salário dos atletas atrasou em algumas oportunidades. As dívidas ficais do Vasco impediram o acesso ao dinheiro do patrocínio da Eletrobras, que é uma empresa estatal.
O time não pôde contar muito com Carlos Alberto neste ano. O capitão teve diversas lesões e se viu obrigado a frequentar mais o departamento médico do que desejava. Ele atuou apenas nove vezes no Brasileiro. Outro que esteve muito pouco em campo foi Ramon, o que gerou uma grande carência na lateral esquerda.
Com uma base já montada e a contratação de reforços pontuais, como Marcel, Anderson Martins e Eduardo Costa, a expectativa do Vasco é de se tornar mais competitivo. Existe também a esperança de que alguns dos jovens lançados este ano, como Jonathan, Renato Augusto e Romulo se firmem no time.
dedé, prêmio craque do brasileirão
Dedé recebe prêmio de melhor zagueiro
(Foto: Fernando Maia / Agência O Globo)
A revelação de 2010 - Dedé
A grata surpresa para os torcedores vascaínos em 2010 foi o surgimento de Dedé. Depois de um início instável, quando era muito criticado por ser "sem freio", o zagueiro mostrou evolução e se firmou na equipe. Com boas atuações, passou a ser um dos pilares do time e recebeu o prêmio de melhor zagueiro pelo lado direito do Brasileiro. O bom desempenho rendeu uma renovação de contrato e interesse de outros clubes, inclusive da Europa.
Renovação de contrato do diretor Rodrigo Caetano
Elogiado pelo trabalho à frente do departamento de futebol vascaíno, o diretor Rodrigo Caetano se valorizou no mercado e deu dor de cabeça para o clube na renovação do contrato, que acabava em dezembro. Após muita negociação e assédio, principalmente do Grêmio, Caetano ampliou seu vínculo por duas temporadas.
O adeus de Philippe Coutinho
Vendido ao Inter de Milão antes mesmo de estrear no profissional, o meia teve papel mais efetivo no time do Vasco este ano, antes de ir para a Itália, na parada para a Copa do Mundo. O jogador fez seus dois primeiros gols no profissional na goleada vascaína por 6 a 0 contra o Botafogo, na Taça Guanabara. Mesmo com altos de baixos, Coutinho conseguiu ter destaque.
Philippe Coutinho fez 32 jogos pelo Vasco nesta temporada e marcou cinco gols. Sua última partida foi na sétima rodada do Brasileiro, contra o Santos.

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